quarta-feira, 17 de setembro de 2008

vermelho verme





nas noites de nervos & troncos
o despertar é vermelho

num trago ultravioleta
me exilo
a calmaria é cantante
o hino das sereias embalam uma fuga

na métrica
:
medo & ânsia

desenho no dorso do corpo
na boca do cálice
uma praga
que se alastra

pandemia
que assola meu sono
água
enzimas
sais inorgânicos

ácido
:
clorídrico & láctico

no ventre do silêncio
“toda lua é atroz e todo sol, amargo”
o precipício é estreito
e fermenta madrugada

Narjara Olivié

cafeina imaginária ou po-é-ti-ca tem-po


Xilogravura - Francisco josé Maringelli


Para você leitora incalta



os plásticos
embaçam o chão
as cores
se perdem no blecaute
e um traço-carvão
desfigura
o rosto
- cafeína imaginária -
delírios cambiantes
no lombo da viela
a linha tomba
a marcha lúgubre
ela divaga nas horas
surda & indolente
perfumando as quadras...

Ó! tormento noturno
con(fundes)
inquietações com prazer.



Narjara oliveira