terça-feira, 9 de junho de 2009

A minha dor...



A minha Dor é um convento ideal

Cheio de claustros, sombras, arcarias,

Aonde a pedra em convulsões sombrias

Tem linhas dum requinte escultural.

Os sinos têm dobres de agonias

Ao gemer, comovidos, o seu mal…

E todos têm sons de funeral

Ao bater horas, no correr dos dias…

A minha dor é um convento.

Há lírios dum roxo macerado de martírios,

Tão belos como nunca os viu alguém!

Nesse triste convento aonde eu moro,

Noites e dias rezo e grito e choro,

E ninguém ouve… ninguém vê… ninguém…


2 comentários:

john disse...

muito belo.
expressa dor e sofrimento, mas aparentemente mesclados com esperança, a esperança de ser visto, ser ouvido, ser vivido
sublime como a noite e brilhante como a lua
gostei muito mesmo

Tertuliana disse...

Narjara, fiquei muito feliz com o seu comentário e preciso dizer também que amei o seu blog, cheio de ótimas referências e com um "quê" poético inspirador. Epero que possamos trocar versos e prosas por aqui.
Um grande abraço!